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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Choro Constante

Choro Constante
por
Charles Haddon Spurgeon
“E, caindo em si, desatou a chorar” (Marcos 14:72)
Alguns pensam que, ao longo de sua vida, as lágrimas de Pedro começavam a
brotar da fonte todas as vezes em que ele se recordava de ter negado o Senhor.
Não é improvável que assim fosse (pois seu pecado foi muito grande e,
posteriormente, a graça teve nele um efeito completo). Esta mesma experiência
é comum a toda família redimida, de acordo com a intensidade com que o
Espírito Santo remove o coração de pedra não regenerado. Nós, como Pedro, nos
lembramos de nossa promessa presunçosa: "Ainda que todos te abandonem,
jamais o farei." Nós comemos nossas palavras com as ervas amargas do
arrependimento.
Quando pensamos naquilo que juramos que seríamos, e naquilo
que temos sido, podemos chorar um rio inteiro de pesar. Pedro pensava na sua
negação do Senhor. O lugar onde o fez, o motivo tão pequeno que o levou a um
pecado tão atroz, os juramentos e as blasfêmias com que procurou confirmar sua
mentira, e a terrível dureza de coração que o levou a fazê-lo outra vez, e mais
outra. Quando somos relembrados dos nossos pecados e de sua grande
iniqüidade, podemos continuar teimosos e impassíveis? Não faremos de Boquim
(Jz. 2:1-5) a nossa casa e choraremos diante do Senhor pela segurança renovada
de amor e perdão? Que jamais façamos vista grossa para o pecado, para que em
breve não tenhamos a língua queimada nas chamas do inferno. Pedro também
pensava no olhar de amor de seu Mestre . A advertência do Senhor sobre o canto
do galo foi acompanhada de um olhar triste, piedoso e amoroso de repreensão.
Durante toda a sua vida, esse olhar jamais deixou a mente de Pedro. Foi muito
mais eficaz do que dez mil sermões sem o Espírito Santo teriam sido. O apóstolo
arrependido estava certo ao chorar ao ser lembrado do pleno perdão do
Salvador, que o restaurou ao seu antigo posto. Pensar que temos ofendido o
bondoso e meigo Senhor é razão mais do que suficiente para chorarmos
constantemente. Senhor, fere a rocha do nosso coração e faz as águas fluírem.
Fonte: Morning and Evening (Devocional matutina do dia 30 de Julho)
Tradução: Mariza Regina Souza

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